Poste de luz que envia sinal 4G e criado por Ericsson e Philips

Zero Site

Para que serve um poste? Para fornecer iluminação pública, sustentar alguns fios e parar carros sem freio, certo? Certo. Mas o pessoal da Ericsson encontrou mais uma utilidade para esse tão clássico artefato urbano: prover sinal para redes 4G.

A ideia faz parte do Zero Site, projeto anunciado no ano passado e desenvolvido em parceria com a Philips. A iniciativa tem dois objetivos: aumentar o alcance das redes móveis de alta velocidade e, ao mesmo tempo, possibilitar menor consumo de energia na iluminação pública.

Para aumentar a capacidade de uma rede móvel em determinada região, basta que operadora instale ali mais antenas para telefonia celular. Mas falar é fácil. Na prática, há uma série de barreiras que dificultam a instalação das antenas, como restrições ambientais e dificuldade para obtenção de autorização.

Com efeito, o uso de redes móveis em várias partes do mundo aumenta em um ritmo mais acelerado do que a infraestrutura das companhias de telecomunicações pode acompanhar. As consequências de uma cobertura insuficiente a gente conhece bem: sinal fraco, conexões lentas, “pontos cegos” e assim por diante.

No Zero Site, os postes de iluminação passam também a distribuir sinal. Desse modo, os postes formam pequenas redes que se somam à infraestrutura de telefonia móvel da região.

Zero Site

Pensando por alguns instantes, a gente encontra várias vantagens aí. O Zero Site pode aproveitar sistemas de iluminação já existentes, diminuindo os custos de implementação, por exemplo. Além disso, se uma prefeitura estiver planejando trocar a rede de iluminação ou instalar uma em determinada região, poderá usar a ideia para resolver dois problemas de uma vez só.

O aumento rápido da abrangência é outra possibilidade real. Como você sabe, há muito mais postes de luz por aí do que antenas de telefonia celular. Não nos esqueçamos do impacto visual: um poste de luz é bem mais discreto que uma torre de transmissão. Para completar, toda a aparelhagem necessária (bateria, sistema de refrigeração, circuitos, etc.) fica dentro de um compartimento subterrâneo.

Na prancheta, tudo isso é muito interessante. Falta descobrir como a ideia se sai na “vida real”. Para isso, a Ericsson e a Philips começaram a testar o Zero Site recentemente em Santander, cidade localizada no norte da Espanha.

Por enquanto, apenas uma unidade foi instalada por lá. Mas o plano é ambicioso: a ideia é fazer com que a rede formada com o Zero Site forneça velocidade de 200 megabits por segundo. No caso de Santander, o equipamento recebeu um transmissor 4G de 2,6 GHz, mas a Ericsson ressalta que outros padrões podem ser usados. Dá até para fazer o poste transmitir sinal de Wi-Fi, o que é útil para parques, por exemplo.

Coube à Philips cuidar da parte de iluminação. A companhia fornece para o projeto lâmpadas LED específicas para ambientes abertos. A economia de energia proporcionada por essas lâmpadas varia entre 50% e 80%.

Essa é uma ideia tão interessante quanto aproveitar orelhões para oferecer Wi-Fi, por exemplo. Em ambos os casos, estruturas públicas já existentes ganham nova utilidade sem necessidade de grandes adaptações. Há mais uma parte interessante: como as funções adicionais ampliam o poder de comunicação, outros recursos podem ser implementados conforme a necessidade.

Os totens da Sidewalk Labs (empresa montada pelo Google) são um exemplo. Além de telefone público, esses equipamentos foram projetados para oferecer Wi-Fi, porta USB para recarga de celular e painel com informações para turistas.

Se é para ser criativo assim, dá para imaginar os postes sendo usados também para informar uma central sobre a necessidade de troca de uma lâmpada, monitorar o trânsito com uma câmera, fornecer dados meteorológicos da região e por aí vai.

Em resumo, um projeto como o Zero Site pode ser uma contribuição e tanto para a criação de “cidades inteligentes”.

fonte.: 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *