Conheçca o Sony Xperia E1 dual, “uma caixa de som coberta por um smartphone”

Sony Xperia E1-PROMO-28ABRIL2014

O que um smartphone básico deve ter para se destacar entre uma série de modelos de uma diversidade de fabricantes? Se as configurações forem muito avançadas, ele sai da categoria de entrada, já que as empresas desenvolvem esses modelos de uma forma segmentada para torná-los mais baratos. Porém, isso não impede que eles tragam algum recurso extra que mereça destaque. Alguns se diferenciam pela câmera, outros pela autonomia de bateria, mas a Sony escolheu um caminho bastante inusitado com o Xperia E1 Dual: colocou uma caixa de som para lá de barulhenta.

Áudio em smartphone é um problema, já que as próprias limitações de tamanho impedem que o som seja mais avançado. Caixas de som de alto desempenho, até mesmo as medianas, precisam de “espaço para trabalhar”, e mesmo que o tamanho de uma caixa acústica não seja indicativo de qualidade, um smartphone dificilmente será capaz de produzir som com uma qualidade típica de uma caixa de som de PC em especial nos graves – isso considerando mesmo as mais simples. Considerando isso, vamos à análise.

Design e qualidade de tela

O Xperia E1 Dual tem um aspecto geral bastante simples, totalmente construído em plástico e que lembra de longe, mas bem de longe, o design utilizado no Xperia Z1 e Z2. Ele é um pouco “gordinho” também, com aproximadamente 12 milímetros de espessura, praticamente o dobro do cusiosamente bonito e estranhamente grande Xperia Z Ultra da Sony (ou seria curiosamente grande e estranhamente bonito? Enfim…), mas ao mesmo tempo em que é claramente básico, não passa a impressão de ser “barato”, como alguns modelos parecem.

Juntando a espessura com o peso um pouco maior do que esperaríamos de um modelo dessa categoria, próximo a 122 gramas, temos um indicativo de que o aparelho foi construído pensando na caixa de som (e foi mesmo). O Xperia E1 usa um guideline de design da Sony conhecido como OmniBalance, com a tela centralizada e botão no centro da lateral direita, o que certamente dá um equilíbrio e um aspecto mais sério, mas sem tirar a impressão de que estamos usando um modelo básico.

Já a tela é extremamente próxima (para não dizer exatamente igual) à que equipa o Xperia M dual, o que não chega a ser um ponto negativo em um modelo de entrada. Se olhássemos para a tela de ambos sem levar em conta o resto do aparelho, dificilmente diferenciaríamos um do outro, já que tanto a qualidade de cores como o constraste são praticamente os mesmos, assim como os baixos ângulos de visão, já que a tecnologia é o LCD TFT, ainda que a resolução do E1 seja um pouco menor do que a do M (480×800 vs 480×854, respectivamente), em que  temos a tecnologia proprietária contra riscos da Sony para fechar o conjunto.

Um ponto que nos deixou um pouco tristes foi o suporte a somente 2 toques simultâneos. Ainda que não seja um grande limitante no dia a dia, já que raramente precisamos de mais do que isso, em jogos isso pode ser um problema, em especial os que exigem respostas rápidas (não é possível nem fazer um corte triplo do Fruit Ninja! Pode isso?).

Desempenho

Para sustentar o E1 temos um chip Snapdragon 200 (MSM8210) da Qualcomm, bastante simples com dois núcleos rodando a 1,2 GHz, 512 MB de memória RAM e GPU Adreno 302. Como já dissemos repetidas vezes aqui no Canaltech, já passamos da época de dispositivos Android com 512 MB de memória RAM, em especial os que não são equipados com a versão 4.4 Kit Kat, que usa uma técnica de compressão de memória capaz de fazer a experiência de uso de smartphones mais simples menos detestável.

Mas não é o caso. O E1 vem com o Android 4.3 Jelly Bean, e juntanto a pouca quantidade de memória com a Adreno 302, uma GPU bem simples, temos um modelo que apanha em jogos um pouco mais exigentes (e não estamos nem falando dos Dead Trigger da vida, mas sim do Angry Birds Go!), e com um multitarefa bastante limitado. Por cima do Android temos a TimeScape UI da Sony, que adiciona alguns recursos bacanas, como widgets para redes sociais, mas sem pesar muito como a TouchWiz da Samsung, ainda que faça com que qualquer Xperia se pareça muito um com outro.

Mesmo sendo básico, a Sony poderia ter feito o E1 bem mais interessante de duas formas: ou instalava o Kit Kat por padrão (e infelizmente não há nenhuma previsão de atualização), que lida muito bem com apenas 512 MB de memória RAM, ou colocava mais memória RAM, já que estamos falando de um modelo pouco mais barato que Moto G da Motorola, mas com uma configuração perigosamente inferior. E com tela inferior. E menos memória interna. E o áudio… espera. Vamos ao áudio!

O que tem de especial no áudio?

A primeira impressão que tivemos quando pegamos o Xperia E1 na mão foi o processo de desenvolvimento dele. Ou a ordem em que ele foi projetado. Parece que primeiro a Sony construiu a caixa de som, e depois a cobriu com um smartphone. O áudio é limpo e tem uma capacidade de reproduzir graves que nos deixou bastante surpresos, e isso em volumes bem altos. Segundo a Sony, é possível chegar a até 100 dB com o volume máximo e acreditem: isso é bem alto, considerando que estamos falando de um smartphone.

Há um botão na parte de cima que serve como Play e Pause para as músicas com o logo herdado da linha Walkman da Sony. Ele é ótimo, pois imagine que você quer incomodar as pessoas no ônibus da forma mais rápida e prática quanto possível: basta apertar o botão. Ou melhor: escutar músicas em casa sem incomodar ninguém! De qualquer forma, esperávamos que essa qualidade fosse reproduzida nos fones de ouvido, não pelos fones em si (que são bastante básicos), mas sim pela presença de um DAC (conversor analógico-digital) mais fiel, mas não é o caso.

Câmera

Fazia tempo que não testávamos smartphones com somente uma câmera, algo que nos chamou a atenção no E1 dual. Há somente uma câmera traseira sem flash de 3,15 megapixels (fotos de até 2048×1536) com HDR, estabilização de imagens e suporte a detecção de faces, mas apesar disso é bastante simples e possui um sensor de luz que não gosta muito de iluminação ambiente que não esteja próxima da ideal. Vídeos podem ser gravados somente em WVGA a 30 frames por segundo, nada que mereça muito destaque, mas que quebra o ganho em algumas situações.

Extras

Antes de começarmos a sopa de letrinhas convencional, destacamos o suporte a televisão digital com a antena retrátil localizada ao lado do aparelho, com uma qualidade até boa, e suporte a rádio FM com RDS, recursos que o público brasileiro valoriza bastante em um smartphone (que cai muito bem com as caixas de som, nesse caso). Há também suporte para dois chips simultâneos dos quais apenas um suporta 3G (nada de 4G), ambos quadriband para planos de dados de qualquer operadora.

Temos também GPS com A-GPS e GLONASS, ainda que com uns bons travamentos na hora de usar o Maps, já que falta GPU para renderizar os mapas mais rapidamente, Wi-Fi B, G e N com HotSpot e suporte a Wi-Fi Direct e Bluetooth 4.0. A bateria é removível e tem capacidade de 1750 mAh – e em nossos testes durou um dia inteiro com somente um chip. Ele suporta cartões microSD de até 32 GB, coisa que você vai precisar, já que a memória interna é de apenas 4 GB, dos quais menos de 2 GB ficam disponíveis para o usuário.

Conclusão

Encontramos o Xperia E1 dual da Sony com um preço médio de R$ 600 nas principais lojas de departamento, mesmo preço da Sony Store, o que faria dele um modelo bastante interessante se não custasse apenas R$ 50 a menos do que o Moto G, um smartphone claramente superior em uma série de quesitos. Aliás, praticamente qualquer quesito, com exceção do áudio, que é o principal argumento de venda do E1 junto ao suporte a televisão digital.

Ou seja, se esse dois recursos forem interessantes para você, ele passa a ser uma opção bastante convidativa, mas somente nesse caso, já que há opções melhores, algumas delas até mais baratas e da própria Sony, que trazem uma experiência geral de uso muito melhor. Como ele foi lançado em 2014, é no mínimo estranho que ele não venha com o KitKat para tirar um proveito melhor dos escassos recursos de hardware do E1, o que faria dele um modelo mais interessante – mas não há nem previsão de atualização até o momento.

Vantagens

  • Caixa de som potente e com qualidade;
  • Suporte a televisão digital;
  • Dual-chip;
  • GPS com A-GPS e GLONASS, Bluetooth 4.0 e outros recursos atualizados.

Desvantagens

  • Mais uma vítima do preço agressivo do Moto G;
  • Apenas 512 MB de memória RAM e GPU fraca;
  • Não vem com o Android mais recente e não há previsão de atualização;
  • Câmera básica e sem flash.

fonte.: 1

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