10 jogos mais polêmicos e violêntos da história

A questão da violência nos jogos ainda é objeto de estudo. Enquanto um grupo de cientistas acredita que a impetuosidade na fantasia não afeta o mundo real, ou pode até trazer benefícios, outros acham que o frenesi dos jogos digitais pode levar a comportamentos violentos reais.

Esta lista não foi criada para julgar esta questão, mas apenas para apontar quais foram os videogames que, historicamente, chamaram atenção de organizações e instituições por ser caráter controverso. Há muitos outros títulos que poderiam estar aqui, no entanto, apresentamos um pouco de tudo: games que foram considerados polêmicos na época de seu lançamento e não seriam agora; jogos que ajudaram a criar a classificação etária do mercado; alguns que foram usados em tribunais pelo mundo; outros que foram banidos no Brasil; e videogames que tiveram o seu gosto questionado. E até listamos games cuja controvérsia só causou… mais controvérsia. Confira!

Death Race


Desenvolvedora: Exidy | Publicadora: Exidy | Arcade | 1976

Pedestres? | Eis o nosso primeiro título polêmico. Inspirado no filme Death Race 2000, o objetivo do game era atropelar gremlins. O problema era que, por conta dos gráficos mais rústicos, os bichos se pareciam muito mais com humanos. Também não ajudou que o jogo trabalhava provisoriamente com o nome de “Pedestres”. A desenvolvedora afirmava que não era seu objetivo promover a violência, mas o jogo foi atacado pelo Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos e pela rede de TV CBS.

Custer’s Revenge


Desenvolvedora: Mystique/American Multiple | Publicadora: Mystique | Atari 2600 | 1983

O RapeLay dos anos 1980 | Para contar a história do General George Armstrong Custer, figura militar real, que morreu em 1876, este jogo de Atari colocava o protagonista na pele dessa figura histórica. O objetivo de Custer’s Revenge era matar todos os índios pela frente para chegar ao final do conto, em que uma bela índia estava amarrada. A vingança do general era estuprar a moça. Isso prova que a polêmica de RapeLay não era coisa somente dos anos 2000. Claro, o game sofreu um milhão de processos, por grupos que afirmavam que seu conteúdo era racista e machista.

Night Trap


Desenvolvedora: Digital Pictures | Publicadora: SEGA | Sega CD | 1992

Pobres mocinhas | Foi este jogo que criou a necessidade de existir um sistema de classificação etária para jogos eletrônicos, o Video Game Rating System. Neste título, um grupo de garotas ia para uma inocente (mesmo) festa do pijama na casa do Sr. e da Sra. Martin, aparentemente, uma família norte-americana normal. Uma das meninas era vampira e o game começava a pegar fogo a partir daí. Night Trap também foi parar no congresso (na mesma sessão de Mortal Kombat) e muita gente disse que o game era vergonhoso, ultraviolento, nojento e que ele encorajava prender e matar mulheres. Sua cena considerada mais horrível era uma garota em uma camisola um pouco mais sexy.

Mortal Kombat


Desenvolvedora: NetherRealm / Midway | Publicadora: Midway / Warner Bros. | Arcade | 1992

Tinha sangue de verdade | Antes de Mortal Kombat, Street Fighter dominava a cena de jogos de luta. Mas a desenvolvedora NetherRealm sabia muito bem como chocar as pessoas. Primeiro, eles digitalizaram atores de verdade e possibilitaram um avanço enorme em termos de gráficos, depois colocaram sangue (você podia desabilitá-lo em uma tela de código), e adicionaram os Fatalities. Por conta disso, Mortal Kombat era um dos games citados em uma sessão do congresso norte-americano em 1993 para a criação da ESBR, a organização que classifica a faixa etária indicativa para games.

Doom


Desenvolvedora: iD Software | Publicadora: iD Software | PCs | 1993

Fervor violento | Além de consolidar o gênero de tiro em primeira pessoa e popularizar os jogos em rede, Doom também era considerado um dos primeiros games a conter violência extrema. Com imagens de assassinatos, sangue e seres infernais, o game era citado por diversas igrejas como objeto do demônio e chegava a ser considerado um “simulador de assassinatos em série”. A polêmica voltou a ficar em alta depois do genocídio em Columbine High Scool, em 1999, quando os assassinos adolescentes se afirmaram fãs do game e planejaram o crime dizendo que seria parecido com Doom. Muitas famílias chegaram a processar o jogo.

Phantasmagoria


Desenvolvedora: Sierra Entertainment | Publicadora: Sierra Entertainment | PCS | 1995

Com o diabo no corpo | Assim como Night Trap, o game contava com parcelas jogáveis e filmagens de atores reais que atuavam como animações em meio ao jogo. A polêmica, na época, acontecia por conta de dois fatores: uma cena de estupro que a protagonista, Adrienne, sofria de seu próprio marido, já completamente enlouquecido por um espírito demoníaco; e as gravações dos assassinatos altamente sanguinolentos que haviam ocorrido na mansão – cenário central do título.

Duke Nukem 3D


Desenvolvedora: 3D Realms | Publicadora: Tiger Electronics | PCs | 1996

Matança no cinema | Strippers explodidas, montanhas de palavrões e defecamento na cabeça de alienígenas era uma tríade para controvérsia. Existia uma senha para bloquear todo este conteúdo sanguinolento, mas os pais não sabiam de nada disso. No Brasil, o caso foi ainda mais polêmico: em três de novembro de 1999, um estudante assassinou três pessoas no cinema, durante um sessão de Clube da Luta. Ele foi condenado a 120 anos de prisão e em depoimentos citou Duke Nukem 3D – que tinha um cinema na sua primeira fase. O jogo já tinha sido lançado há quatro anos, mas foi proibido.

Carmageddon


Desenvolvedora: Stainless Games | Publicadora: SCi | PCs | 1997

Atropele a velhinha | Inspirado por Death Race 2000 (o filme), o título de corrida contava com competições em inúmeros cenários e concedia bônus aos jogadores que conseguissem causar danos nos outros carros ou atropelar pedestres. O game ganhou uma versão diferenciada em países como a Alemanha – ao invés de pessoas, você podia assassinar zumbis e outros seres de ficção. Outros países, como a Austrália, achavam que o jogo era para maiores de 15 (e não 18) anos, e pronto. No Brasil… adivinha? Sim, foi banido.

Postal


Desenvolvedora: Running with Scissors | Publicadora: Ripcord Games | PCs | 1997

Carteiros descontentes | O jogo de tiro se baseava em uma mecânica diferenciada (até então): não bastava sobreviver à fase, mas é necessário matar certa porcentagem de NPCs em cada mapa para conseguir avançar. O game era tão violento que foi proibido na Austrália e na Nova Zelândia. Também não ajudou que foi batizado por conta de uma série de homicídios cometidos por carteiros descontentes nas décadas de 1980 e 1990.

Kingpin: Life of Crime


Desenvolvedora: Xatrix Even | Publicadora: Interplay | PCS | 1999

Na hora errada | Muitas vezes, o que define se um jogo é polêmico ou controverso é o momento em que foi lançado. Se Night Trap, de 1992, não seria considerado nem um pouco problemático hoje em dia, Kingpin também não teria causado tanto alarde se chegasse às lojas um ano antes ou depois. Seu maior problema era ser o primeiro game violento e de linguagem chula a ser lançado depois dos eventos do massacre de Columbine. Claro que o frenesi sangrento da vida de crime não ajudava o seu caso nem um pouco.

Counter-Strike


Desenvolvedora: Valve | Publicadora: Valve | PCs | 2000

Mapa feito por fãs | A controvérsia de Counter-Strike no Brasil foi, no mínimo, um belo experimento antropológico. O game foi banido por aqui, mas sua proibição se se deu por conta do mapa brasileiro do game – e não por conta de tiros ou facas. Claro, o mapa em questão se passava em uma favela no Rio de Janeiro… E o lance é que ele era criado por um fã e não existia no título propriamente dito, somente estava disponível para download. Mas, como o Brasil era mostrado de forma não aprazível, o jogo foi retirado das lojas.

Silent Hill 2


Desenvolvedora: Konami | Publicadora: Konami | PlayStation 2 | 2001

Açougueiro de gente | A própria natureza de Silent Hill 2 era perturbadora, já que o game tinha por objetivo deixar o jogador perplexo e amedrontado. Há muitas cenas que poderiam ser consideradas controversas e, por consequência, também poderiam estar nesta lista. Talvez a pior, tanto que foi retirada da versão HD, lançada em 2012, era a cena de estupro com o Pyramid Head. O vilão continha um alto teor sexual que chega ao seu ápice quando este estuprava manequins sujos e arrastava-os, enquanto o jogador deveria permanecer escondido em um armário.

Ethnic Cleansing


Desenvolvedora: Resistance Records | Publicadora: Resistance Records | PCs | 2002

Game neonazista | O jogador podia escolher entre dois personagens: um skinhead ou um membro da Ku Klux Klan, enquanto passeava por entre guetos de africanos e latinos promovendo carnificina antes de chegar aos verdadeiros vilões da trama: os judeus. O videogame foi criado por uma organização neonazista e, no final, você encontrava o Centro de Controle Judaico e descobria que Ariel Sharon planejava dominar o mundo. Ele era o chefão final do game. O título ainda teve uma sequência um ano depois do lançamento do game original.

Grand Theft Auto: San Andreas


Desenvolvedora: Rockstar | Publicadora: Rockstar | PlayStation 2 | 2004

Café Quente | Todo mundo já sabia que a série GTA contava com homicídios, atropelamentos, prostitutas e mais. O caso que ficou famoso em San Andreas, porém foi um modo chamado Hot Coffee. No game original, CJ, o protagonista, levava as garotas para o quarto e tudo que o jogador podia ouvir eram alguns gritos e gemidos. Agora, com a modificação, você podia brincar com seu próprio simulador de sexo (com direto a apertar botões no ritmo certo). Claro, redes mais ligadas à famílias como o Wall-Mart pararam de vender o game e muitos pais processaram a produtora do game. Para eles, seus filhos ficaram traumatizados com as cenas de sexo.

Super Columbine Massacre RPG


Desenvolvedora: Danny Ledonne| Publicadora: Indie | RPG Maker | 2005

Arte ou mau-gosto? | Quando o desenvolvedor Danny Ledonne lançava Super Columbine Massacre RPG, game desenvolvido na conhecida engine RPG Maker, exatamente seis anos depois do massacre no colégio, sabia que geraria muita polêmica. Na pele dos assassinos Eric Harris e Dylan Klebold, o jogador podia reviver os eventos da matança, o que causou muito mal estar entre amigos e parentes dos mortos. Alguns críticos diziam que era o pior jogo já feito, enquanto outros comentavam que o título era uma obra de arte, já que questionava os motivos que levaram aos acontecimentos e o modo de vida norte-americano.

Left Behind: Eternal Forces


Desenvolvedora: Inspired Media Entertainment | Publicadora: Inspired Media Entertainment | PCs | 2006

Matando em nome de Jesus | Antes do jogo, já existia uma série de livros homônima com um mote claro e sem rodeios: todos aqueles que não podem ser convertidos para uma fé cristã, deveriam ser assassinados. O videogame seguia claramente o mesmo objetivo e promovia beligerância religiosa. O título era tão polêmico que muitas organizações cristãs optaram por boicotá-lo, já que a matança não segue necessariamente o evangelho. Para ajudar, o jogo ainda contava com mulheres somente em papéis específicos, o que poderia ser considerado um problema de gênero, e questões racistas.

RapeLay


Desenvolvedora: Illusion Soft | Publicadora: Illusion Soft | PCs | 2006

Simulador de estupro | O game que reacendeu a questão dos videogames polêmicos, RapeLay, permitia, entre outros modos, simulações de estupro contra garotas. O jogo ainda tinha finais “ruins”, em que o protagonista engravidada uma das mulheres, ou era assassinado por outra delas. Obviamente, foi alvo de críticas em todos os tipos de organizações e instituições sociais, bem como por vários governos. Banido em muitos países, RapeLay foi discutido no Brasil em um antigo programa de debates da MTV.

BioShock


Desenvolvedora: Irrational Games| Publicadora: 2K Games | PlayStation 3, Xbox 360 e PCs | 2006

Assassino de crianças | A questão polêmica aqui não envolvia tiros, sangue ou nenhum tipo de massacre. Para contextualizar: um dos focos na mecânica dos jogos digitais têm sido escolhas e decisões que podem influenciar a trama. Em 2006, quando o primeiro Bioshock era lançado, ele trazia um dilema moral não comumente visto: o jogador podia optar por assassinar criancinhas para coletar seu material genético, ou deixá-las em paz. O burburinho com relação a isso acontecia, porém, antes das pessoas conhecerem o final do conto.

Bully


Desenvolvedora: Rockstar | Publicadora: Rockstar | PlayStation 2 | 2006

Edição escolar | Contenda sempre foi o nome do meio da Rockstar. Mais um game da empresa a figurar na nossa lista é Bully, já que os críticos diziam que este título fazia com que a violência nas escolas parecesse algo trivial. Claro, outras coisas também chamaram atenção, como a possibilidade do herói ter relações homossexuais ou o professor de educação física ser um maníaco sexual. O Brasil baniu Bully em 2008: é proibido o comércio, a importação e a disponibilidade do jogo. A multa para quem vender o jogo é de mil reais – a decisão foi tomada pelo juiz gaúcho Flávio Mendes Rabelo.

Resistance: Fall of Man


Desenvolvedora: Isomniac Games | Publicadora: Sony | PlayStation 3 | 2006

Essa igreja não | O problema de Resistance: Fall of Man era o uso da imagem de uma igreja. A Manchester Cathedral aparecia em meio a alienígenas e sangue, sem permissão, e a Igreja da Inglaterra não ficou muito feliz quando percebeu isso. Eles pediram um documento de desculpas público e, também, que o game fosse retirado das prateleiras. A Sony realmente pediu as tais desculpas públicas, mas disse que um conto de ficção não tem nada a ver com os problemas contemporâneos de Manchester.

Manhunt 2


Desenvolvedora: Rockstar| Publicadora: Rockstar | PlayStation 2 e PCs | 2007

Mortes criativas | Dois dias depois de ser anunciado, Manhunt 2 já foi ligado a um assassinato, ou, ao menos, era isso o que diziam os pais do assassino. Na sua primeira ida ao tribunal, o game foi absolvido de qualquer culpa. Depois disto, foi apresentado como criminoso pelo advogado ativista Jack Thompson, por conta das cenas de execuções terríveis. O objetivo do game era assassinar as pessoas da pior maneira que encontrar, como sufocamentos com sacos plásticos, uso de acessórios para arrancar membros… quanto maior a criatividade, maior a pontuação. Manhunt 2 foi banido de vários países e sofreu processos nos Estados Unidos.

Muslim Massacre: The Game of Modern Religious Genocide


Desenvolvedora: Eric ‘Sigvatr’ Vaughn| Publicadora: Indie | PCs | 2008

Um basta aos muçulmanos | Certas vezes apresentar polêmica pode ser uma estratégia de marketing. O desenvolvedor independente Eric ‘Sigvatr’ Vaughn parecia acreditar no lema “falem mal, mas falem de mim”, ao criar Muslim Massacre. A premissa do jogo era simples: mate todos os muçulmanos que parecem na tela. Com razão, diversas fundações condenaram o título por encorajar e incitar a matança de todos que acreditam em uma ideologia religiosa, especialmente em tempos de desavença entre os Estados Unidos e algumas nações muçulmanas.

Call of Duty: Modern Warfare 2


Desenvolvedora: Infinity Ward | Publicadora: Activision | PlayStation 3, Xbox 360 e PCs | 2009

Massacre no aeroporto | Na missão intitulada “No Russian”, o roteirista de Modern Warfare 2 queria criar uma cena perturbadora, em que as pessoas pudessem ter um gosto dos horrores da guerra. Assim, a proposta da desenvolvedora era de colocar o jogador do lado de terroristas russos, enquanto eles realizavam um massacre em um aeroporto. Atirar em civis desarmados era demais para muitos órgãos, que acreditavam que a chacina ultrapassava a linha do bom senso, e que poderia treinar jogadores a atirar em inocentes.

Resident Evil 5


Desenvolvedora: Capcom | Publicadora: Capcom | PlayStation 3, Xbox 360 e PCs | 2009

Racismo zumbi | O game Resident Evil 5 se passava em uma cidade ficcional na África, e uma das primeiras filmagens a ser divulgada era do protagonista, Chris Redfield, assassinando zumbis africanos aos montes. O fato de Chris ser um personagem branco fuzilando um bando de personagens negros não pegava nada bem, e muitos críticos contestavam que o título retratava os africanos como selvagens que deveriam ser controlados pelo “homem branco”. Porém, depois de muito debate, o game não foi considerado racista pela British Board of Film Classification.

Saints Row: The Third


Desenvolvedora: Volition| Publicadora: THQ | PlayStation 3, Xbox 360 e PCs | 2011

Arma pinto | Enquanto alguns games são motivo de discussão por conta da maneira como tratam assuntos delicados, outros são questionados por seu humor. No caso de Saints Row: The Third, as piadas estavam em toda a parte, como carros de palhaços cheios de canhões e armas no formato do órgão reprodutor masculino. Algumas pessoas tiveram dificuldades em aceitar certos simbolismos levados a extremos. E por falar nisso, quem poderia esquecer-se da Vênus de Milo peituda e dilacerada de Dead Island: Riptide?

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